Cotado para ser vice de Gabriel Souza, Ernani Polo é hoje um dos maiores defensores da continuidade do projeto que mantém unida a base de Eduardo Leite há mais de 11 anos. A maioria desses partidos está junta desde o governo Sartori. Mas fica a pergunta: já não foi tempo suficiente para provar se esse projeto deu certo?

Se os resultados fossem realmente de sucesso, Gabriel e Polo seriam imbatíveis. No entanto, até o próprio Leite já começa a duvidar da força de seu vice como sucessor e sinaliza disposição para apoiar outro nome.

Mas ainal, quem são Gabriel Souza e Ernani Polo?

Gabriel Souza (MDB)
• Nascido em Tramandaí, tem 41 anos. Entrou na política sob a tutela de Eliseu Padilha, seu padrinho político.
• Em 2010, concorreu à Assembleia Legislativa, mas não foi eleito.
• Em 2014, conquistou seu primeiro mandato como deputado estadual.
• No governo Sartori, foi líder do governo na Assembleia e presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
• Em 2022, foi eleito vice-governador do Rio Grande do Sul na chapa de Eduardo Leite, na primeira vez em que o MDB participou de uma coligação estadual sem ser cabeça de chapa.
Conhecido pela postura arrogante e antipática, Gabriel tem tentado mudar o tom, especialmente nas redes sociais, onde busca transmitir uma imagem mais acessível e simpática.

Ernani Polo (PP)
• Natural de Ijuí, tem 51 anos. Começou sua trajetória política como assessor parlamentar nos anos 1990, atuando junto ao deputado federal João Augusto Nardes e ao deputado estadual Vilson Covatti.
• Em 2011, assumiu como deputado estadual após a morte de Chicão Gorski. Desde então, foi reeleito quatro vezes consecutivas, com votações crescentes.
• Presidiu a Assembleia Legislativa em 2020 e, entre 2015 e 2018, foi secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação no governo Sartori.
• Desde 2023, é secretário de Desenvolvimento Econômico no governo de Eduardo Leite.
De perfil conciliador e ligado ao setor produtivo, Polo é respeitado por sua postura diplomática e forte identificação com o agronegócio.

No entanto, o fato de ambos representarem o mesmo grupo político há mais de uma década reforça a percepção de desgaste. A continuidade sem renovação pode agradar aos governistas, mas dificilmente empolga quem espera mudança.