Gestão

Pedágios de Leite prometem virar munição pesada na eleição de 2026

Por J. Saraiva

8 visualizações
Pedágios de Leite prometem virar munição pesada na eleição de 2026
O desgaste eleitoral começou antes mesmo de os leilões acontecerem. O plano de Eduardo Leite de conceder mais de 850 quilômetros de rodovias à iniciativa privada promete ser um dos temas mais explosivos da eleição de 2026. O pacote, que prevê R$ 12 bilhões em obras e cria 47 pontos de pedágio, atinge em cheio o bolso do contribuinte e coloca o governo em terreno politicamente minado.

Apresentado como símbolo de modernização e eficiência, o projeto reacende uma lembrança amarga na política gaúcha.

Os pórticos eletrônicos prometem tecnologia, mas trazem junto altos custos. Uma viagem entre Porto Alegre e Gramado poderá ultrapassar R$ 50. De Campo Bom a Balneário Pinhal, o custo deve beirar R$ 60. Tudo isso em rodovias que já deveriam ser mantidas com o que o contribuinte paga em IPVA, Cide e ICMS.

O governo afirma que as concessões reduzirão acidentes e atrairão investimentos. Mas não há garantias de que os contratos serão cumpridos com eficiência nem de que o retorno compensará o custo. São quase 50 pontos de cobrança em meio à crise econômica e ao aumento do custo de vida. O que deveria ser alívio pode virar fardo.

Para completar, o cronograma de leilões coincide com o calendário eleitoral: março e junho de 2026, com contratos previstos para agosto e dezembro. O sucessor de Leite, seja Gabriel Souza ou outro nome, entrará na campanha carregando o pedágio como herança e peso político, assim como em 1998, quando o slogan “Britto é o pedágio, Olívio é o caminho” virou arma eleitoral.

Compartilhe esta notícia

Notícias Relacionadas