A temperatura política subiu de vez em Lajeado. O presidente da CPI das Obras da Câmara, vereador Mozart Lopes (PP), se defendeu em alto e bom som após ser supostamente incluído pelo colega Eder Spohr em um “grupo de ladrões” durante o debate em plenário.
“Eu não sou ladrão!”, disparou Mozart, afirmando que o colega se retratatou publicamente ao fim da sessão. “Houve uma fala, mas também houve uma retratação”, completou, em tom de quem quer encerrar o assunto — mas acabou abrindo novas feridas.
O parlamentar tentou se distanciar do governo da prefeita Gláucia Schumacher. “Não faço parte do governo. Sou vereador do PP e exerço minha função no Legislativo”, garantiu. A fala, porém, alimentou especulações de bastidores sobre o racha interno no partido e a influência do Executivo nas investigações.
Mas o que realmente incendiou o clima foi uma frase que soou como um alerta de algo maior. Ao comentar o andamento das apurações, Mozart afirmou: “A CPI não vai ser o maior caso da história de corrupção de Lajeado. Isso não é verdade. Isso não vai se confirmar.”
A tentativa de acalmar os ânimos teve efeito contrário. A população, que acompanha perplexa os desdobramentos da CPI, agora se pergunta: se não é o maior caso, então o que ainda falta vir à tona?
Nos corredores da Câmara, a frase virou munição para novas teorias e suspeitas sobre contratos de infraestrutura, troca de cargos e disputas por espaço dentro do PP. Mozart insiste que seu embate com Eder é apenas político, não pessoal. Mas a essa altura, o estrago está feito.
Entre desmentidos, recuos e frases enigmáticas, o clima em Lajeado é de fervura total. A CPI das Obras, que prometia apurar irregularidades, agora se tornou o próprio epicentro do terremoto político que sacode o município.
“Não sou ladrão!” – CPI das Obras em Lajeado vira palco de acusações e desconfianças
Por J. Saraiva
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