A costura política para 2026 no Rio Grande do Sul começa a se definir com nitidez. O deputado federal Covatti Filho (PP), presidente estadual da sigla, admitiu que as conversas no partido caminham para a formação de uma ampla frente de direita ao lado do PL, consolidando a candidatura de Luciano Zucco ao Palácio Piratini.

Segundo Covatti, não houve diálogo real com o atual governo estadual para a construção de um projeto conjunto. O resultado foi o afastamento do PP da base do MDB e o movimento em direção ao bloco conservador. “Nunca fui chamado para conversar no Piratini sobre outra coisa que não fosse um projeto com Gabriel Souza na cabeça de chapa. Não há espaço para diálogo, o que nos leva a buscar uma frente de direita, provavelmente com o PL”, afirmou o parlamentar.

Nos bastidores, a avaliação é quase unânime: o PP deve indicar o vice de Zucco na chapa, selando a aliança que já conta também com o apoio do Novo e de lideranças de outros partidos. As pesquisas internas de praticamente todas as siglas confirmam Zucco como nome certo no segundo turno, à frente dos demais pré-candidatos.

Com isso, o cenário gaúcho caminha para mais uma polarização: Zucco representando a direita consolidada contra a esquerda liderada por Edegar Pretto (PT). Nomes como Gabriel Souza (MDB) e Juliana Brizola (PDT), diante da força da aliança PP + PL, passam a disputar apenas espaços secundários.

A movimentação é estratégica: além de garantir tempo de TV e palanques regionais, o apoio progressista fortalece Zucco em regiões do Estado onde o PP historicamente é forte, como o interior agrícola. Isso cria um contraste direto com o PT, que depende de bases urbanas e sindicais, e enfraquece ainda mais o MDB, que perde protagonismo e corre o risco de virar coadjuvante.