A crise política em Cachoeirinha ganhou força após uma onda de demissões e exonerações atingir diretamente aliados do governo municipal. Vereadores que até então integravam a base de apoio ao prefeito Cristian Wasem (MDB) e ao vice João Paulo Martins (PP) decidiram entregar todos os cargos em comissão que possuíam na administração.
O movimento ocorreu poucas horas depois da exoneração do secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Ildo Júnior, filho da presidente da Câmara, vereadora Jussara Caçapava (Avante). Também foram desligados assessores ligados ao vereador Zeca Transportes (MDB), presidente da comissão responsável pelo processo de impeachment do prefeito.
De acordo com o vereador Paulinho da Farmácia (PDT), a decisão representa um ato de solidariedade a Zeca e um protesto contra o que os parlamentares classificam como interferência do Executivo sobre o Legislativo. “Foi uma retaliação política”, afirmou.
Ao todo, nove dos treze vereadores que votaram pela abertura do processo de cassação assinaram o documento oficializando a saída de seus indicados. Entre os nomes atingidos, além de Jussara e Zeca, estão Otoniel Gomes (MDB) e Gilson Stuart (Republicanos), exonerados ainda pela manhã.
Após as primeiras demissões, aderiram ao rompimento os vereadores Paulinho da Farmácia (PDT), Marcelinho (MDB), Sandrinha (Republicanos) e Tiago Eli (PP). O vereador Flávio Cabral (MDB), que está fora da cidade, declarou apoio à decisão do grupo.
O gesto coletivo amplia a tensão política na cidade e isola ainda mais o governo, que enfrenta agora uma base fragmentada e um processo de impeachment em curso.
Rompimento na base: crise política abala Prefeitura de Cachoeirinha
Por J. Saraiva
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