O “kit reeleição” de Lula reúne medidas populares no curto prazo, mas cria um alto risco fiscal para o país. O pacote inclui ampliação de programas sociais, mudanças tributárias e benefícios à classe média e de baixa renda, o que eleva o endividamento público e engessa ainda mais o Orçamento.
A dívida deve alcançar 84% do PIB até o fim de 2026. Com mais de 90% das despesas obrigatórias, o próximo governo (a partir de 2027) enfrentará duas opções: cortar gastos sociais de forma drástica ou romper o arcabouço fiscal, arriscando nova crise inflacionária.
A PEC dos Precatórios, aprovada em 2025, adia parte dessas despesas e reduz os juros sobre elas, o que é visto por economistas como manobra para postergar o ajuste. O gasto público cresce enquanto o Banco Central tenta conter a inflação com juros altos, gerando conflito entre política fiscal e monetária.
O pacote eleitoral soma R$ 251,9 bilhões em estímulos, como reajuste do salário mínimo, aumento do Bolsa Família e isenção maior do Imposto de Renda. Analistas alertam que o país vive uma “bomba-relógio fiscal” que deve estourar após 2026, quando o consumo artificialmente aquecido perder fôlego e o governo seguinte tiver de promover cortes históricos ou rever as regras fiscais.